quinta-feira, agosto 10, 2006

Enquanto me encanto com a suavidade das rosas
Esqueço-me da dor que me causam seus espinhos
Sentidos que se confundem, sinestesia despercebida
Descompromissado luto por quem não morreu
E perdido está em seus arredores matinais
Nunca é hoje prá sempre e a tarde já se foi
As rosas indolentemente continuam a ferir
E sorrindo espalham seu perfume no ar

Desabroche amor, como o botão que um dia será rosa
Será intenso, consistente, permanente, finalmente
No fim do dia o sol dará seu adeus
Convidando as estrelas para uma dança ao luar
Não será breve, por um instante resistirá
Prevalecendo contra a tempestade errante
Misteriosas curvas que serpenteiam sem fim
O fim próximo está, mas ainda não chegou sua hora
Que os ponteiros se levantem e em agonia sigam seu caminho

Destituída de seus encantos adormece a rosa
Suavemente despede-se da vida vivida e só
Pergunto ao pó qual o seu destino
E ela estremece, e cai, e se rende
Do perfume, somente a lembrança

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