quinta-feira, agosto 10, 2006

Insondáveis brumas dom entardecer
Que penetram o dia levando seu fulgor
Limpando o ranço podre das desilusões
Apaziguando feras imortais
Supondo serem únicas e sós
Luz! Prá onde foi a luz que jactanciosa
Outorgava a si a soberania?
Anoiteceu e anoitecerá sempre
A sombra sumirá envolvida na escuridão
Lutará para sobreviver e desfalecerá
Divagará como ébria procurando o luar
Esconder-se-á mas não se salvará
Apodrecerá corroída pelos vermes da insensatez
Esperança que se desespera ao ver-se coberta de pó
Sumiu o entardecer varonil do dia
Assumiu a forma de noite infinda
Disfarçando o sol em lua negra
Ouvindo os uivos daqueles que choram
Pela falta de sua luz
E os mesmos são o que não eram antes
Deixando de ser a si mesmos
Para serem outros que não desejam
Espreitando pelos cantos da noite
Que irradia e esconde-se do dia
Que finalmente decide raiar

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