segunda-feira, setembro 04, 2006

Eis que no céu da pátria não raiou a liberdade
E eu vi o Rei, com toda a sua majestade
Coroado, adornado, ensoberbecido por sua glória
Com súditos dando salvas e morrendo de fome

Salve o Rei! Reine e nos explore por toda vida
Consuma o fruto do nosso trabalho diário
Sinta o gosto do suor que escorre em nosso rosto
E se empanturre das mais finas iguarias

Não se rebele, povo meu, povo que amo e odeio
Eis que vos concedo a honra de me venerar
Prometo-vos que pão e circo não faltarão
Nem o trabalho para vos fatigar

Não me rendo à evidência de que o Rei é tudo
E de que tudo é do Rei
Levantar-me -ei e reivindicarei minha parte
Mesmo sabendo que serei degolado impiedosamente

Mas nós amamos o Rei e o queremos para sempre
Mesmo com os olhos fechados e a boca faminta
Somos sufocados por sua gula insaciável
Sentimos alegria com a dor que nos provoca

Povo meu, povo meu, quero toda a vossa fazenda
Esta é minha nforma de vos amar, povo meu
Roubando e saqueando tudo o que têm
Enriquecendo a cada dia me alegro em vós

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