quinta-feira, maio 28, 2009

Este é o poema dos meninos mortos
Os estraçalhados sem piedade alguma
Escravizados pela liberdade sem medida
Viciados alucinados amordaçados

Estes versos são para os que jazem nas ruas
Os que vivem de migalhas e falsa caridade
Aqueles de quem desviamos os nossos olhos
E meneamos a cabeça como se fôssemos diferentes

Este é o cântico dos desvalidos
Os pequenos de quem roubamos a esperança
Os que se alimentam de sujeira e podridão
Os seres invisíveis de nossas cidades

Este é o lamento que não se ouve
Porque somos cegos e surdos e mudos
Porque vivemos de arrogância e estupidez
E nos conformamos com nossa mediocridade

Ainda há muito para se lamentar
E pouca é a vontade de se fazer algo
Importância alguma se dá a quem sofre
E que o crack consuma a todos

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