segunda-feira, abril 16, 2007

Inevitável o amor em sua desordem
Inventando novos horrores para os homens
Irrompendo com fúria em cada vida
Que se esfarrapa com luxúria e dor

Insuportáveis sussurros lamuriosos
Onde se escondem suas delícias?
Porque se derretem as suas entranhas
Flácidas, gélidas e amortecidas?

Não é que a vida se dobra em terrores
Esse é o terror de sentir-se sozinho
E amargar terríveis apelos
Por ar que se esvai em cores opacas

De instantes fecundos sobrevive o amor
Como se sobrasse um tempo qualquer
E uma palavra repetida sem perdão
E algozes minutos de solidão

Infinito, infinito, em finito ardor
Se consome o céu sem tempo e espaço
De uma cinza e puro pó avermelhado
E chão batido e terra pisada

Inesgotável o murmúrio do silêncio
Em velocidade reluzente espacial
Como noites ensolaradas de inverno
Ou sepulcros lacrados do mal

Machados e pedras e leve contenda
Rabiscos traçados em rochas lavradas
E velórios medrosos de noites insones
Numa cama num rio à beira do mar...

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