quinta-feira, agosto 30, 2007

Tudo por um nada que não satisfaz
Morte encomendada sem data prevista
Balas que se perdem encontrando corpos ao acaso
Águas de amargura rolando de faces amargas

Desperdício voluntário do que falta a tantos
Produzindo serem famélicos e sem esperança
Como um aborto induzido que não produz culpa
Assim caminha a humanidade em seu inferno dantesco

Transforma-se todos em bonecos de judas
A levar pauladas da vida de quem já morreu
Para escapar impune de toda podridão
Por trinta moedas de prata enferrujadas

Na devassidão das noites profundas
Zumbis do infortúnio vagam perdidos
À caça de vítimas dos seus desejos
Que impuros como eles apodrecem a vida

Não se evoca a lama para sempre
Pois a estupidez é estúpida e autofágica
Consome a si mesmo com volúpia e ira
Reduzindo-se a pó nos desertos do sofrimento

Ao fim de tudo, o tudo é um nada de desespero
Chafurdando no lodo nojento do egoísmo
Daqueles que deixaram de ser há muito tempo
Que enquanto existir nos será carrasco

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