terça-feira, janeiro 29, 2008

Envolve-me um silêncio ensurdecedor
Esse caos sereno que é o nosso amor
Tal como ilha sem vista para o mar
Entristece a alegria de saber chorar

Por mais nobre que seja tal sentimento
Justifica-se assim meu plebeu sofrimento
Que se perde contemplando o infinito
Criando a história do seu próprio mito

A multidão que se perde exilada
Encontra a solidão desmascarada
Os sentidos explodem em sono profundo
Nessa doce insônia de sonho fecundo

Insondável nuvem perscrutadora
Tece teias de proteção destruidora
Sobre os lagos congelados do Saara
A saudade é ferida que não sara

Variar entre espaços invariáveis
No toque sereno dos intocáveis
E na pele ardente de frio desejo
Desfrutar o prazer de um indesejável beijo

A mudez da noite tortura o ouvido
Um louco frêmito produz o gemido
Enlouquecendo se conquista a lucidez
O amor se perde na noite mais uma vez

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