sexta-feira, abril 27, 2007

Por extrema urgência de compaixão
Feri meus olhos sem piedade
Ceguei-me para tudo o que me vencia
Tateei pelas ruas em busca de solidão

Sem necessidade de me fazer ouvir
Calei minha voz desesperada e aflita
No calar expressei toda a minha gratidão
Emudeço para não ver meu mundo ruir

No desespero atroz por ser ouvido
Tornei surdo todo o meu viver
Na ausência dos sons fiz minha cama
Nem ondas de som me deixam aturdido

Se esperasse de alguém apenas um toque
Teria no tato todo o meu desejo
E como um sonho perfeito refaria a vida
Perdendo a alegria em estado de choque

Sem intenção de deixar os sentidos fluírem
Me escapou a sensação do infortúnio
Por deserto sublime troquei meu oásis
O mundo abstrato por eterna fuligem

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