Tão bela quantoTua beleza tristeÉ a velaQue ardeE insisteEm ser tão belaQuanto o solDe tão singelaQue ésDespertas em mimUm grande amorQue de tão puroSe confunde Com sonhoEsse idílioTem o perfumeDos líriosTem o encantoDe um prantoE a belezaDe uma lágrimaÉs belaE isso é tudoÉs presenteÉs futuroUma constânciaDe importânciaÉs meu amor
Apesar de todas as circunstânciasResta ainda o que se chama esperançaDe um dia sermos totalmente livresTal fértil imaginação de ourivesAinda esperamos que se passem muitos anosPara que permaneçam os memos planosDe se contruir a tão sonhada nova realidadeQue se alicerça na mais plena liberdadeOnde prevaleça a solidariedade desinteressadaE consciências verdadeiramente transformadasLá não será tolerada nenhuma intolerânciaPara que assim se extirpe toda ignorânciaAssim será nosso mundo ideal e beloConstruído sem nenhuma grade de casteloSerá compartilhado com todos os sonhadoresE aqueles que trocaram armas por flores
O que se faz à noite quando as luzes se apagam
É o mesmo que em outros dias foi chamado de belo
Por inúmeras diferenças se construiu a igualdade
Transformando a semelhança dos que são diferentes
Se são todos iguais a verdade é bem diferente
Os contrários nunca serão os mesmos de fato
Como montanhas aplainadas no meio do mar
Se escondendo de trovoadas despercebidas
A minoria que se afasta das densas trevas
É a maioria dos que nunca verão a morte
E não chegaram ainda, mas virão ao mundo
Como assoalhos de uma casa desabitada
Subindo às alturas inacessíveis da decadência
Dá-se um salto no escuro precipício do nada
Avistando os conselheiros de uma rota sem sentido
No caminho tortuoso de uma serpente rastejante
Uma piscina de vermes podres e disformes
Aberta ao sol nosso de cada dia imortal
Exalando seu aroma fétido da decomposição
Adubando a memória dos seres celestiais
Excrementos de ódio acumulados ao vento
Se dispersam por entre as chuvas de verão
Que não caem no inverno mesmo que seja outono
Nem na primavera senil e desajustada da vida