Não há nada que permaneçaDos momentos de glóriaTudo não passa De vãs recordaçõesSobre os montes se contemplaA furiosa loucura juvenilEncanecida pela própria volúpiaSem sombras de misericórdiaDe instantes tenebrososConstrói-se a própria históriaCom inglórias lutasE sangrentos combates"O passado já foi,O futuro virá"E nenhum desprezoOs derrotaráÀ luz! Ao sol!As ordens foram dadasA missão foi cumpridaMas quem se lembra?
Seria a vida uma aventuraComo os segredos esquecidosNo ventre estéril da fortunaAugusta de tantos miseráveis?Estariam aqueles sonhos impossíveisPerdidos no limbo do pesadeloSofrendo a angústia de não existirNo jardim dos desavisados?Não seria porventura inexpressivoO canto entristecido e não ouvidoDos cantores de rimas mudas?Ou ainda sofreriam as doresAqueles a quem a vida esqueceuGuardados em quartos escuros?