sexta-feira, dezembro 26, 2008

OS OLHOS DE CAPITU II

Mais uma vez teus olhos
Não me saem da mente
Enfeitiçado estou
Essa agonia vai durar pra sempre

São olhos profundos
Sem medo e misteriosos
Ternos e pérfidos
Oblíquos e dissimulados

Olhos que me têm cativo
Voluntariamente aprisionado
Eternamente apaixonado
Desesperadamente alucinado

Quem te criou olhos soturnos?
Não sabes que já amanheceu?
Porque me fitas indefinida assim?
Acaso não sabes que morro por ti?

Morro, mas vivo ainda estou
Amar-te-ei enquanto vida me houver
E fôlego haja dentro de mim
Ou enquanto ainda puder sonhar

OS OLHOS DE CAPITU

Seus olhos disfarçam
Fazem descaso de mim
Fingem uma doce inocência
Mas em seu profundo escondem
A mais ardente paixão
Uma volúpia de desejos
Frêmitos e gemidos
Sussurros indecifráveis
Suspiros incontroláveis

Que olhos são esses, os seus?
Enigmas insolúveis
Mistérios loucos para serem revelados
Caminhos ansiosos por serem trilhados
São doces, me ferem
São ternos, me escravizam
Com candura me estraçalham
Suavemente me torturam
Sem esforço algum me dominam

Ainda assim
Não esconda seus olhos de mim
Deleite encontro
Nesse delírio sem fim
Dissimule, me engane
Mas não fuja de mim
Sou seu, me rendo
Não consigo fugir
Isso é tudo, simples assim