OS OLHOS DE CAPITU II
Mais uma vez teus olhosNão me saem da menteEnfeitiçado estouEssa agonia vai durar pra sempreSão olhos profundosSem medo e misteriososTernos e pérfidosOblíquos e dissimuladosOlhos que me têm cativoVoluntariamente aprisionadoEternamente apaixonadoDesesperadamente alucinadoQuem te criou olhos soturnos?Não sabes que já amanheceu?Porque me fitas indefinida assim?Acaso não sabes que morro por ti?Morro, mas vivo ainda estouAmar-te-ei enquanto vida me houverE fôlego haja dentro de mimOu enquanto ainda puder sonhar
OS OLHOS DE CAPITU
Seus olhos disfarçamFazem descaso de mimFingem uma doce inocênciaMas em seu profundo escondemA mais ardente paixãoUma volúpia de desejosFrêmitos e gemidosSussurros indecifráveisSuspiros incontroláveisQue olhos são esses, os seus?Enigmas insolúveisMistérios loucos para serem reveladosCaminhos ansiosos por serem trilhadosSão doces, me feremSão ternos, me escravizamCom candura me estraçalhamSuavemente me torturamSem esforço algum me dominamAinda assimNão esconda seus olhos de mimDeleite encontroNesse delírio sem fimDissimule, me enganeMas não fuja de mimSou seu, me rendoNão consigo fugirIsso é tudo, simples assim