terça-feira, março 31, 2020

Por mais dias assim

Por mais dias assim
Por mais dias assim
De luz, de brilho e calor
Onde o suor escorre do rosto
Como se fosse lágrimas em dias de luto
Por mais dias assim
De flores desabrochando exibindo suas cores
De pássaros orquestrando sinfonias
Como são os lamentos por mortos
Por mais dias assim
De risos das crianças no carrossel
De alegria efusiva de apaixonados
Como se fossem o silêncio de um funeral
Por mais dias assim
De luto, de choro e dor
De sonhos despedaçados e amores destruídos
Como se fosse o raiar de um novo dia

Eu não vou me importar

Não vou me importar

Ainda que a vida leve
Um a um, cada sonho meu
E destroce em suas garras afiadas
Cada fio de esperança que me restar
Eu não vou me importar


E mesmo que a realidade em sua sanha cruel
Se revele nua e pavorosa à minha frente
Com seu riso de escárnio e horror
Gargalhando do meu infortúnio
Eu não vou me importar


Até se o amor dos que me amam
Se converter em puro ódio e desprezo
E contra mim se voltem cheios de ira
Com pura sede de sangue
Eu não vou me importar


E quando o anseio pela morte se apossar de mim
Me levando em desespero a desejar o fim
Eu não vou me importar